Assim como a estiagem por que passa a região Sudeste do Brasil, o aproveitamento da água de chuva para diversos fins não potáveis é relativamente novo no Brasil, assim sendo, quando as chuvas voltarem é extremamente relevante que uma parte deste precioso recurso fique retido em nossas residências, de maneira que possa aliviar a pressão nos já esgotados mananciais.
No entanto, cabe destacar que para ter efetividade, é necessário tomar alguns cuidados e observar alguns itens fundamentais para o sucesso do projeto, não importando seu tamanho e ou capacidade.
São eles:
- Filtros para água de chuva: este importante equipamento deve ser instalado na entrada da cisterna (reservatório), para que filtre as sujeiras carreadas desde o telhado pela própria chuva, tais como; folhas, galhos, sacos plásticos, papel, etc. Sujeiras estas que se forem armazenadas juntamente com a agua irão degrada-la, comprometendo sua qualidade e impedindo sua utilização.
- Cisterna (reservatório): tão importante quanto o filtro a cisterna deve ser escolhida de forma a atender em volume os objetivos do projeto, tanto no que tange a área de telhado, quanto as possibilidade de consumo, ou seja, quanto maior o telhado e maior as possibilidade de consumo, maior a cisterna. Ela deve ser normalmente enterrada, para manter a água em temperatura mais baixa, o que contribuirá para a sua preservação, deverá ainda ser totalmente fechada para evitar a entrada de luz e estruturalmente robusta, de forma que possa ser enterrada com um mínimo de obras.
- Freio d’água e Multisifão antibicho: O primeiro deverá ser instalado na entrada da agua na cisterna e evitar que a água seja lançada em forma de cascata, favorecendo a decantação e trabalhando para a melhoria da qualidade e água coletada, já o multisifão deve ser instalado no tubo de transbordamento da cisterna, possibilitando uma renovação constante da água durante as chuvas recorrentes e de ainda possuir um “design” que não permita a entrada de pequenos animais e ou roedores, que se presentes na cisterna favorecerão a degradação da água reservada.
- Conjunto Flutuante: Considerando que os dispositivos de filtragem foram instalados, este por sua vez é o dispositivo de consumo, pois irá conectado à bomba que levará a água até os pontos de consumo e sua função é captar água ligeiramente abaixo da lamina, onde nenhum material em suspensão possa estar, coletando, desta forma, a melhor fração de água reservada na cisterna.
- Bomba de recalque: Este dispositivo é o responsável pelo consumo da água, nele estará conectado o conjunto flutuante e a tubulação de recalque, ao longo da saída da cisterna, poderá estar instalado um dispositivo de automação, o pressostato, este será responsável por ligar e desligar a bomba simplesmente ao comando de uma torneira ligada na rede de consumo da água de chuva, possibilitando assim maior conforto na utilização do sistema.
- Realimentador automático de água da rua: Na falta das chuvas, é fundamental que o sistema não gere desabastecimento, para isso, basta que seja instalado um realimentador automático, que dever ser ajustado para garantir o suprimento mínimo de agua da rua, até que a chuva volte e garanta o abastecimento pleno do sistema.
- Serviços: Assim como bons equipamentos, o bom serviço é crucial para o desempenho do sistema, o interessado em implantar um sistema de aproveitamento de água de chuva, deve procurar por empresas idôneas e com tradição neste tipo de projeto, que possuam mão de obra especializada desde a engenharia até a montagem e manutenção dos equipamentos, de maneira que o projeto tenha pleno sucesso.
- Segurança: Exija que o profissional contratado tenha experiência no assunto, e também que o projeto siga as diretrizes da Norma Técnica Brasileira para o tema ( NBR 15527/2012) e certifique – se de que foram utilizados materiais de boa qualidade.
Faça da água de chuva uma importante aliada na preservação da água potável e por fim dos mananciais e da vida de uma forma geral, as atuais e as futuras.