O ano de 2019 chegou ao seu fim e muita coisa importante aconteceu. Pelo lado ambiental, não podemos dizer que foi um ano de muitas conquistas. Muito pelo contrário, 2019 marcou o Brasil, infelizmente, por uma sucessão de desastres ambientais, dos quais muitos aconteceram por irresponsabilidade humana.
Hoje faremos uma retrospectiva dos eventos ambientais mais importantes de 2019.
JANEIRO:
Caso Brumadinho: Aconteceu no dia 25 de janeiro, na cidade de Brumadinho (MG), localizada na região metropolitana de Belo Horizonte, o rompimento da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, na qual havia um volume de 11,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos.
O evento desencadeou uma avalanche de lama, que soterrou toda a comunidade próxima à mineradora, ocasionando a morte de quase 350 pessoas. Além disso, o impacto ambiental do rompimento foi estrondoso, afetando irreversivelmente toda a biodiversidade da região. A vegetação impactada representa 147,38 hectares.
FEVEREIRO:
Primeiro CT sustentável: O clube Atlético Mineiro, em parceria com a EcoCidades, apresentou um projeto do primeiro Centro de Treinamento 100% sustentável do Brasil. O clube gera, por mês, cerca de 35 toneladas de resíduos e, ao invés de jogar isso em aterros sanitários, fará a reciclagem de 100% desses resíduos dentro do próprio CT, que conta com uma usina de triagem e compostagem. Esse material será utilizado nos campos do centro de treinamento e também na manutenção de uma horta, dentro da Cidade do Galo, que produzirá as hortaliças e legumes a serem consumidos nos restaurantes do CT.
MARÇO:
Brasil e o lixo: Um estudo feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) revelou que o Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo (11 milhões de toneladas por ano), além de que recicla apenas 1% desse tipo de lixo.
ABRIL:
Destruição da natureza: Cientistas e diplomatas de mais de 130 países se reuniram no final de abril em Paris para adotar a primeira avaliação mundial dos ecossistemas dos últimos 15 anos. O grupo de especialistas trabalhou durante três anos em um relatório de 1.800 páginas, que deve se tornar a verdadeira referência científica sobre a biodiversidade.
Os dados levantados são assustadores: cerca de um quarto das 100.000 espécies avaliadas – uma porção mínima das 8 milhões estimadas na Terra – já estão sob ameaça de extinção, sob pressão da agricultura, da pesca, da caça, ou ainda da mudança climática.
MAIO:
Um milhão de espécies ameaçadas de extinção: De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), em dados levantados a partir de um estudo que envolveu 145 cientistas de 50 países e revisou mais de 15 mil pesquisas, um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção. De acordo com o estudo, os principais fatores responsáveis são: perda da habitat natural, exploração das fontes naturais, mudanças climáticas, poluição e espécies invasoras.
JUNHO:
ONU contra a poluição do ar: O dia 5 de junho marcou o Dia Mundial do Meio Ambiente e levou como tema para 2019 a poluição do ar. Mais de 300.000 pessoas morrem anualmente no continente americano devido à má qualidade do ar. O mês de junho teve uma agenda toda voltada ao meio ambiente, com foco em ações de combate à poluição do ar em todo o Brasil.
JULHO:
Desmatamento na Amazônia: Dados extremamente preocupantes revelam o descaso do governo com desmatamento na Amazônia, que cresceu 60% se comparado a 2018. Somente no mês passado (junho), a floresta perdeu 762,3 km² de mata nativa, o que vale a duas vezes a área da cidade de Belo Horizonte.
Seca no Ceará: No final do mês do julho o governo reconheceu situação de emergência em 22 municípios do Ceará. A seca resultou no envio de recursos emergenciais (como a distribuição de água por meio de carros-pipa) da União destinados às regiões afetadas, com o intuito de reduzir os impactos da estiagem.
AGOSTO:
Queimadas na Amazônia: O mês de agosto ficou marcado com incêndios aterrorizantes na floresta amazônica. O caso foi tão complicado que atingiu níveis internacionais, tendo até mesmo resultado na criação da hashtag #PrayForAmazonia nas redes sociais. Segundo dados do Inpe, o número de focos de incêndio florestal quebrou todos os recordes, tendo aumentado 83% entre janeiro e agosto de 2019 na comparação com o mesmo período de 2018.
No mês anterior foi registrado o pior número de alertas de perda de floresta para um mês na série histórica, referentes a 2.254,9 km². No mesmo mês em 2018, o índice foi de 596,6 km². Ou seja, foi registrado um aumento de 278% na área florestal afetada. A demora para tomar decisões por parte do governo e do atual ministério do meio ambiente foi crucial e bastante criticada pela sociedade nacional e internacional.
SETEMBRO:
Discurso de Greta no Congresso da ONU: A jovem sueca de 16 anos, Greta Thunberg, ganhou a atenção ao discursar no Congresso da ONU, na abertura da Cúpula do Clima, que aconteceu na cidade de Nova York. Em seu discurso, Greta alertou sobre o colapso do ecossistema e como os líderes preocupam-se exclusivamente com dinheiro, ignorando todos os avisos alarmantes dados pela Ciência nos últimos anos.
OUTUBRO:
Manchas de Óleo no Litoral: O mês de outubro ficou marcado, literalmente, por manchas de óleo na costa brasileira. Uma lista apontou 124 localidades atingidas. Ao todo, 59 municípios foram afetados em 8 estados do nordeste brasileiro. Segundo a Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), a suspeita é que o petróleo tenha vindo de navios que passam pela região. Contudo, posteriormente, barris de óleo ainda fechados com o logo da Shell foram encontrados pela Marinha no litoral de Sergipe.
Desmatamento Cresce pelo 5º mês Consecutivo: Os dados que apontam o desmatamento da Amazônia cresceram ainda mais, pelo quinto mês consecutivo, atingindo o expressivo e preocupante número de 93% nos primeiros nove meses de 2019. Pesquisadores e ambientalistas culpam o atual governo, por encorajar os desmatadores ao pedir que a Amazônia seja desenvolvida e ao enfraquecer o Ibama. A destruição da maior floresta tropical do mundo totalizou 7.854 quilômetros quadrados entre janeiro e setembro, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A extensão chega a bater 10 vezes a área da cidade de Nova York.
Essa retrospectiva revela que, infelizmente, 2019 fechou em um balanço bastante negativo quando se trata da questão ambiental. Cabe a nós buscarmos o melhor para fazer que 2020 seja o início de uma década de mudanças, onde exista o real e verdadeiro respeito ao meio ambiente. A ECOCASA é a primeira empresa de tecnologias ambientais do Brasil e nossa luta sempre foi e sempre será em nome da sustentabilidade.