Jardins de tratamento: o poder das raízes para despoluição da água

Jardins de tratamento: o poder das raízes para despoluição da água

Extraído originalmente de ecclo.com.br

A atuação das plantas na melhoria da qualidade do ar é muito difundida, quem nunca ouviu dizer que as florestas são o “pulmão” do mundo? Porém, você sabia que as plantas também possuem a habilidade de despoluir as águas, como um “fígado” que remove as impurezas do nosso corpo?

O conceito de que as plantas capturam o CO2 da atmosfera e melhoram a qualidade do ar, liberando O2 como produto da fotossíntese, é ensinado nas aulas de biologia das escolas. No entanto a interação das plantas com os poluentes presentes na água é ainda mais significativa, pois em suas raízes ocorrem diversos processos físicos, químicos e biológicos que removem as impurezas.

A tecnologia que faz uso da capacidade natural de despoluição resultante da interação entre plantas, microrganismos que vivem nas raízes, substratos e diferentes tipos de contaminantes, é denominada fitorremediação. Consiste basicamente no uso de jardins para remover e reduzir a concentração de poluentes presentes na água e no solo.

Então por que não utilizar as plantas para o tratamento de esgotos domésticos, efluentes industriais e demais águas contaminadas, como rios e lagos?

Os jardins de tratamento foram desenvolvidos para essa finalidade, visando uma solução simples, natural, econômica e de alta eficiência. Por se tratar de uma Solução baseada na Natureza (SbN), os jardins recriam o ambiente natural de maneira otimizada, oferecendo as condições ideais para que ocorram espontaneamente os processos conhecidos da engenharia sanitária: filtragem, degradação biológica aeróbia e anaeróbia, (des)nitrificação, adsorção, sedimentação, volatização e trocas iônicas.

UM BREVE HISTÓRICO

Em nível mundial, o uso de plantas para tratamento de águas poluídas teve início em meados de 1950, pelo Instituto Max Planck, localizado na Alemanha. A descoberta dessa capacidade depuradora das plantas veio da observação dos pântanos, brejos, várzeas e demais zonas úmidas, denominadas wetlands, em inglês.

Dessa forma, a recriação desses ecossistemas em jardins projetados e construídos para atuar como estações de tratamento de esgoto, foram inicialmente chamados de constructed wetlands (CW), em inglês, ou Sistemas de Alagados Construídos (SACs), em português.

Diversas terminologias surgiram a partir de então: sistemas fitorremediadores, wetlands construídos, wetlands de tratamento, jardins filtrantes, jardins de tratamento, zona de raízes, leitos filtrantes plantados, etc.

Entre 1970 e 1980 as pesquisas se intensificaram e os bons resultados difundiram rapidamente os constructed wetlands para os Estados Unidos, Canadá e Europa.

No final de 1990, o Brasil aderiu à tecnologia na conferência “Wetlands Systems for Water Pollution Control”, que ocorreu em Águas de São Pedro/SP, organizado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) com apoio Secretaria de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP).

OS JARDINS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES

A beleza dos jardins com a inteligência da engenharia.

O uso de plantas para despoluição (fitorremediação) é uma solução que pode ser aplicada para o tratamento de esgotos domésticos e efluentes industriais, tanto em estado bruto, substituindo as convencionais ETEs, ou para o polimento, visando atingir as normas reguladoras para reuso, infiltração ou lançamento em corpos hídricos.

Tratamento de esgoto por jardins, ECCLO

Mas como um sistema natural pode tratar poluentes tão diversos?

Para descobrir como essa metodologia atua na remoção dos poluentes do esgoto, possibiliando até mesmo seu reúso, confira o artigo completo no site da Ecco, clicando aqui.

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