Muita gente acredita que o aumento na tarifa é resultado do descaso do brasileiro com a água e que os ajustes recentes em São Paulo aconteceram por conta da crise. Mas será que isso é verdade?

Nossa equipe de especialistas fez uma pesquisa com dados apresentados pela Sabesp ao Diagnóstico de Serviços de Água e Esgotos, idealizado pelo SNIS (Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento) do Ministério das Cidades.

Levantamos dados muito interessantes, bem anteriores ao período conturbado de 2014 e constatamos que o aumento acontece sim, mas é constante. Ou seja, não foi apenas a crise que fez o preço da água aumentar. A diferença é que dessa vez, pelo fato de ter acontecido a crise, o assunto entrou em pauta.

Para melhor ilustrar os resultados de nossa pesquisa, segue esse gráfico interessante sobre ela:

 

 

De acordo com os dados apresentados, podemos notar que o valor da tarifa era de R$ 9,68 em 2007, tendo aumentado para R$ 16,14 em 2014 (ano da crise) e atingindo R$ 18,88 em 2017. Isso significa que a tarifa de água da Sabesp teve um aumento de 95% nos últimos 10 anos.

Até mesmo para residências com menor consumo, de 11 a 20 metros cúbicos, o aumento foi significativo. Em 2007, a tarifa era de R$ 4,08, passando a ser R$ 7,56 em 2017. A tarifa nesse caso teve um aumento de 85.29%.

Mantendo essa projeção, uma pessoa que pagava 100 reais na conta de água em 2007 estará pagando o dobro desse valor em 2020. Agora vale saber se esse aumento tem refletido em uma melhor gestão hídrica. A resposta, infelizmente, é um tanto óbvia. Mal saímos de uma crise e já estamos entrando em outra.

Não podemos também tirar nossa responsabilidade – como cidadãos – na crise hídrica e toda as questões ambientais, diretas e indiretas, que ela envolve. O uso consciente só traz benefícios, tanto ao bolso quanto ao meio ambiente. Economizar água é essencial e você pode fazer isso sem sacrifícios: basta aproveitar água da chuva!

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