A falta de chuva vinha afetando o Rio Jucu, em Vilha Velha – responsável pelo abastecimento de 60% da população da Grande Vitória – que já tinha entrado em estado crítico. Desde o final do mês passado, o rio já não encontrava mais o mar. Apenas um pequeno filete de água salgada corria em direção ao rio.
Segundo ambientalistas, é comum que o rio não encontre o mar essa época do ano, no período de 2 ou 3 dias, mas o que vinha acontecendo atualmente era alarmante porque, além de já ter se passado mais de 20 dias, quando a maré subia, o mar invadia o rio. Na área de captação de água pela Cesan, o nível do rio estava quase igual ao do mar e por isso havia o risco da água do rio acabar salgada.
Racionamento
Por conta da seca, diversos municípios precisaram aderir ao racionamento e tiveram seu abastecimento de água suspenso durante alguns períodos. Entre eles as cidades de Pinheiros, Alto Rio Novo, São Roque do Canaã, Vila Pavão, Conceição da Barra, Barra de São Francisco, Ecoporanga, Serra, Santa Teresa, Itaguaçu, Itarana, São Mateus, Pancas, Mantenópolis e São Gabriel da Palha.
Nesses municípios, a indústria e a agricultura foram proibidas de utilizar a água para que a população pudesse ter mais acesso a mesma.
Saindo do nível crítico
Com as chuvas recentes, a vazão do Rio Jucu dobrou de uma semana para outra. De acordo com o Agerh (Agência Estadual de Recursos Hídricos do Espírito Santo), o volume de água do rio passou de 4.953 para 10.188 litros por segundo no último dia 26.
Apesar da boa notícia, a situação não deixa de ser preocupante. Ainda falta muito para que o rio atinja o nível normal de água que costuma atingir nesse período do ano, que seria de 18.689 litros por segundo.
“Se não chover nos próximos dias, [a vazão de água] pode cair outra vez. Vivemos um momento de instabilidade”, alertou Paulo Paim, presidente da Agerh. Ele admite que dificilmente o rio atinja seu nível histórico.
Soluções para a seca
Na última segunda-feira (26) começou a 12a Semana Estadual de Ciência e Tecnologia, organizada pelo Governo do Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti).
Durante 3 dias foram desenvolvidas atividades rurais, cursos, oficinas, shows e outras atividades. Segundo o secretário estadual de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional, Guerino Balestrassi, o evento pretende popularizar a ciência e estimular a inovação, contribuindo significativamente para a solução de problemas como por exemplo o da falta de água.
Segundo o secretário, “estão sendo desenvolvidas pesquisas sobre temas relevantes, como a crise hídrica, questões ambientais, consumo, reflorestamento, entre outros. A ideia é possibilitar que essas soluções inovadoras e alternativas simples ajudem a resolver na prática os problemas que vivemos em nosso dia-a-dia”
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