Coletar e armazenar água da chuva é uma solução que, além de preservar a água tratada para fins mais nobres ajuda a evitar inundações causadas pela impermeabilização do solo, ou ainda, no atraso do escoamento destes volumes para vias públicas, galerias e corpos d’água na via urbana, o que normalmente causa enchente e prejuízo. Neste artigo, buscamos esclarecer as principais e mais frequentes dúvidas em relação a esse processo.
A água armazenada permite uma grande economia no uso doméstico, podendo ser utilizada em diversas situações onde não seja necessário o uso da água tratada (potável). Em casa, essa água pode ser usada para regar plantas, lavar pisos, calçadas e carros, assim como também pode ser usada em vasos sanitários, gerando, inclusive, economia na taxa de esgoto. No entanto, vale ressaltar que ela não é potável e, portanto, não deverá ser usada para fins mais nobres, como por exemplo, o consumo humano. O uso dessa água é parametrizado pela Norma Brasileira de Aproveitamento de Águas Pluviais para Fins não Potáveis (NBR15527).
O sistema de coleta e filtragem de água da chuva poderá ser instalado em qualquer tipo de imóvel, a qualquer tempo, desde que sejam verificadas as condições técnicas para a implantação do projeto. A instalação é simples, mas para cada caso haverão particularidades que deverão ser observadas para o sucesso do projeto. Os profissionais envolvidos na instalação serão os mesmos envolvidos com a obra em geral: profissionais de hidráulica, elétrica e obras civis, cada um com uma contribuição e fase a cumprir na implantação do projeto.
Preferencialmente, a água coletada deverá ser armazenada em um reservatório enterrado (cisternas), afim de se mantê-la em temperatura mais baixa e ao abrigo da luz. Dessa forma, evita-se a proliferação de algas. Ela deverá ainda sofrer uma filtragem mecânica ao entrar no reservatório, para que não sejam levados para dentro da cisterna nenhum material passível de degradação biológica, como folhas, fezes de animais, galhos etc. Se for armazenada corretamente, essa água poderá ser reservada por longos períodos.
Por fim, esse sistema não requer muita manutenção. Na verdade, sua manutenção se restringe a verificação periódica e visual do filtro de entrada na cisterna e da própria cisterna e na observância de funcionamento dos equipamentos elétricos (bomba, sistema de realimentação etc.). O filtro de entrada da cisterna é autolimpante e sua verificação é preventiva e ocasional.
Observados esses pequenos detalhes, sempre teremos água da chuva a disposição para os usos mais diversos, trazendo economia e mais sustentabilidade para nossa casa.